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A TV digital entrou em operação no Brasil em dezembro de 2007, o sinal digital foi transmitido para a cidade de São Paulo, pondo fim a anos de estudos e discussões sobre a TV Digital no Brasil. Finalmente o sinal era transmitido e o Brasil entrava de vez na era da alta definição da imagem. Hoje, o sinal digital já está disponível e sendo transmitido em diversas cidades e capitais brasileiras, como, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Salvador, etc. Entretanto a grande empolgação dos especialistas e até mesmo de parte da população não se deu por causa da grande qualidade da imagem e áudio da TV, e sim pela possibilidade da mesma poder oferecer a tão sonhada e falada interatividade para o usuário. O ano de 2008 tinha tudo para ser o ano da interatividade na TV brasileira, ministros, profissionais da área, todos dizendo que esse seria o ano. Bom, o ano de 2008 acabou e nem sinal dessa tal interatividade, ficou pra 2009. 2009 entrou, e especialistas dizem que no mais tardar de dezembro já estarão disponíveis no mercado receptores aptos para prover a interatividade para o usuário. Mas porque não temos ainda interatividade em nossas TV’s ? O problema atende pelo nome de GINGA. Ginga como mencionado no post anterior, é o middleware que será embarcado nos receptores vendidos no Brasil para proporcionar a interatividade, sem Ginga sem Interatividade. No próximo post estarei falando detalhadamente sobre o middleware Ginga, mas basicamente o Ginga possui 2 subsistemas, um declarativo e um procedural, o declarativo (Ginga-NCL) já está pronto para usar e já está especificado pela ABNT, e ele é tão bom que recentemente foi elevado a padrão INTERNACIONAL pela ITU-T. A pedra no sapato é o outro subsistema do Ginga, o Ginga-J, que será o responsável pelo processamento de aplicações procedurais. O Ginga-J incorporou pacotes e APIs proprietários, o que então implicaria no pagamento de royalties para as empresas detentoras, como já dissemos anteriormente, o SBTVD-T foi implementado desde o começo de forma a não envolver custos, em especial ao middleware, um ambiente livre e de código aberto. A solução foi pedir a SUN que desenvolvesse esse conjunto de pacotes e API’s de forma aberta para assim então o Ginga-J poder ser especificado e ser “passado” a população sem nenhum custo. Hoje estamos na seguinte situação: a SUN já entregou essas API’s para o Fórum Brasileiro de TV Digital (link) e atualmente o Ginga-J finalmente parece estar sendo especificado pela ABNT. Fora alguns problemas das empresas fabricantes de receptores que relataram problemas para embarcar o Ginga em seus hardware, parece que finalmente no mais tardar do final de 2009 poderemos ter esses aparelhos em casa executando o Ginga. E o mais legal, nós mesmos poderemos baixar o Ginga e desenvolver aplicações para executarmos nos receptores.

Bom, mas o que vem a ser a interatividade na TV Digital ? Com a interatividade o usuário (ou telespectador) deixará de ser passivo em frente a TV para se tornar um indivíduo completamente ativo. Analogicamente podemos comparar a um computador com acesso à internet. Quando você acessa a internet, você escolhe o serviço (entrar em um site, ler seu email, conversar com seus amigos no MSN, entrar em uma sala de bate papo, fazer o download de um arquivo, …) ou existe um horário pré determinado para você acessar a um site ou para você ler sua caixa de emails ? Certamente você “escolhe” ou faz o que deseja fazer no seu PC, podemos dizer então que você é um usuário ativo diante do seu computador, você diz a ele o que quer e a que hora quer, e ele prontamente atende ao seu pedido. Hoje com a TV analógica é diferente, você liga a TV e já existe uma programação pré-definida que está passando, não existe como você “fechar” aquele programa chato que está passando e não existe maneira de você “abrir” aquele documentário que gostaria de assistir. Com a IDTV (Interactive Digital TV) ou TV Digital Interativa isso muda, o usuário abandona o papel meramente passivo para se tornar ativo diante da TV, com o poder de interagir com a programação, podendo até mesmo a elaborar seu próprio conteúdo televisivo. Ver e fazer o que quiser e a hora que quiser, assim como temos hoje com um PC.

Darei alguns exemplos do que a IDTV poderá fornecer a nós. Suponha que esteja passando uma propaganda de uma loja de calçados, em determinado momento aparece um tênis em promoção. Através do controle remoto da TV você poderá comprar esse tênis, bastando apenas preencher um formulário de compra disponibilizado na própria TV. Assim como quando você compra um produto pelo computador, esse tipo de comércio eletrônico é chamado de e-commerce, já no nosso exemplo, o comércio que será feito pela TV será chamado de T-Commerce. Outros serviços incluem por exemplo o T-Banking, onde você poderá acessar informações de sua conta bancária pela própria TV.

A Caixa Econômica Federal possui uma aplicação para TV Digital feita em NCL/LUA, para financiamento de imóveis, onde o usuário através da TV de sua casa poderá financiar um imóvel tendo apenas o controle remoto em sua mão. O aplicativo mostra o valor financiado, o valor da prestação, taxa de juros, etc.

Aplicativo executando em uma TV através de um receptor

Aplicativo executando em uma TV através de um receptor

Aplicativo da CEF para financiamento de Imóveis

Aplicativo da CEF para financiamento de Imóveis

****Aplicações T-GOV

As aplicações T-GOV são aplicações do governo federal destinadas à inclusão social e digital. Dentre as aplicações T-GOV destacam-se:

T-Learning: Aplicações voltadas para a área da educação, alfabetização digital. Com a IDTV, o usuário que assiste as aulas na TV poderá fazer testes, provas, responder a perguntas do professor (ou apresentador como queiram), ou seja se tornar ativo em frente à TV, assim como se estivesse em sala de aula. Uma experiência é a Wish TV – EUA (www.wgate.com).

T- Health: Aplicações voltadas para a área da saúde. Este tipo de aplicação é voltada para o atendimento a pessoas que não tem acesso a informações gerais sobre qualidade de vida. Nas aplicações T-Health o usuário obterá informações sobre como obter uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos, e etc. Além do mais o usuário poderá marcar consultas na rede SUS de saúde (nada impede que estas consultas sejam atendidas na própria TV, através de um chat online com o médico), e os usuários terão também acesso aos seus prontuários tendo apenas que apertar um botão do controle remoto.

Exemplo de uma aplicação do tipo T-Health

Exemplo de uma aplicação do tipo T-Health

T-Voto: Serão aplicações que serão usadas em votações. Por exemplo, uma nova lei está em trâmite no Senado e está causando polêmica, o governo então poderá utilizar esse tipo de aplicação para querer saber a opinião da população brasileira a respeito da nova Lei. Tendo que apenas o usuário ligar a TV, acessar a TV Senado, por exemplo, e dar o seu voto. Popularidade de políticos, aprovação de leis, dentre outros deverá ser muito usado pelo governo para saber a real opinião da sociedade.

T-Mail: Será uma caixa de emails do governo, onde qualquer cidadão brasileiro poderá cadastrar uma conta e enviar e receber informações das mais diversas atuações do governo, tanto em políticas sociais, internas e externas.

Existe ainda vários tipos de aplicações que serão disponibilizadas pelo governo através dos seus canais (TV Brasil, TV Senado, TV Câmara, TV Justiça), dentre essas aplicações algumas já foram demonstradas em eventos, como por exemplo, uma aplicação da Previdência Social desenvolvida pela Dataprev do Rio Grande do Sul.

Aplicação de TV Digital para a Previdência Social

Aplicação de TV Digital para a Previdência Social

dataprev2

Podemos notar pela imagem que a aplicação fornce 4 tipos de informações para o usuário (telespectador). Basta o usuário selecionar o quadro desejado através do controle remoto, que um vídeo com informações relativas à escolha do usuário começará a executar.

Outras aplicações bem comuns que veremos e que já existem hoje nas TV’s a cabo são as EPG’s, ou grades de programação. As EPG’s estarão disponíveis a qualquer momento para o usuário e trará informações sobre a programação da emissora, horário e informações diversas da programação da rede.

EPG - Informações sobre a programação da Emissora

EPG - Informações sobre a programação da Emissora

**** Programas Não-Lineares

Os programas não-lineares serão o grande atrativo da TV Digital, esses programas não são apenas compostos pelo áudio e vídeo principais do programa (como na TV Analógica), mas também por outros dados transmitidos conjuntamente como fluxo de áudio e vídeo principais. Esses dados podem ser constituídos de outros áudios e vídeos, imagens, textos, … e um aplicativo que relaciona espacialmente e temporalmente todos esses objetos de mídia (áudio, vídeo, texto, imagem, …).

Esses aplicativos podem ser classificados como Específicos ou Standalone. Um aplicativo específico são aplicações que seguem junto como programa assistido, se o programa terminar a aplicação também termina, como por exemplo, temos o quis. Uma aplicação standalone independe do programa assistido, ou seja, fechando o programa ou até mesmo mudando de canal, você poderá acessar a aplicação no momento que quiser. Abaixo segue um exemplo de cada aplicação:

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Aplicação Específica do Programa

Aplicação Específica do Programa

A figura abaixo mostra uma aplicação desenvolvida para os jogos olímpicos de Sydney em 2000, onde o usuário pode escolher qual modalidade esportiva deseja assistir, se deseja ver uma propaganda (xlet2), o usuário pode também escolher qual câmera do estádio deseja assistir a competição. Essa aplicação foi desenvolvida através da API JavaTV, todo programa feito em JavaTV recebe o nome de Xlet, cada Xlet desta aplicação é um programa em execução. A API JavaTV estará disponível no ambiente Ginga-J do SBTVD-T.

Aplicação utilizada na Olímpiada de Sydney em 200

Aplicação utilizada na Olímpiada de Sydney em 200

A Rede Globo de Televisão já possui várias aplicações prontas com interatividade. Internamente a Globo já estuda implantar a interatividade em celulares e a usar um satélite para comunicação. Há pelo menos 3, 4 anos a Globo já faz testes em seus programas rodando algum tipo de interatividade. Abaixo segue algumas imagens de testes feitos pela Globo. Uma durante a Olímpiada de Pequim em 2008, onde a qualquer momento da programação o usuário poderia acessar informações sobre a Olímpiada, quadro de medalhas, curiosidades, etc. A outra aplicação é a do Campeonato Brasileiro, onde o usuário poderia acessar informações sobre todos os jogos da rodada, a escalação dos times, quem serão os árbitros, assistentes, … Note que nos dois casos, não necessariamente os aplicativos executam com o programa a qual referem, no primeiro uma novela está sendo transmitida, enquanto que no caso do aplicativo do brasileirão, um programa de auditório está passando no momento.

Aplicativo feito pela Globo das Olimpiadas de Pequim

Aplicativo feito pela Globo das Olimpiadas de Pequim

Teste do Aplicativo do Brasileirão feito pela Globo

Teste do Aplicativo do Brasileirão feito pela Globo

Note que na primeira imagem, o vídeo com a novela sendo transmitida é redimensionado para que o aplicativo com informações sobre a Olímpiada execute. Já no aplicativo do Brasileirão, as imagens, textos e informações é sobreposta ao programa que está sendo transmitido.

**** Graus de Interatividade

Do ponto de vista técnico, o grau de interação do usuário com a TV pode ser classificado em três categorias: Interatividade Local, Interatividade Intermitente e Interatividade Permanente.

A Interatividade Local é a mais básica das 3. Na interatividade local, o usuário não consegue estabelecer uma comunicação com o emissor, pelo fato deste tipo de interatividade não possuir o canal de retorno ou de iteração. Neste tipo de interatividade podemos destacar aplicações do tipo EPG’s, jogos residentes no STB (Set-Top-Box), configuração de legendas, ….

A Interatividade Intermitente é uma evolução da local, pois nela já há a adoção de um canal de retorno. Mas esse canal de retorno é unidirecional (os dados só trafegam em uma direção) e não-dedicado, pois o estabelecimento da comunicação só dá ou do usuário para o emissor ou do emissor para o usuário, nunca os dois ao mesmo tempo.

Neste tipo de interatividade as aplicações como quiz e pesquisas de opinião são muito utilizadas.

A Interatividade Permanente é uma evolução da Intermitente. Aqui a comunicação já é feita de forma dedicada e bi-direcional. Os dados trafegam em ambos os sentidos. Neste tipo de interatividade os serviços prestados serão praticamente os mesmos que um computador conectado à internet faz. Navegação, acesso a sua caixa de emails, bate-papo, jogos online, t-commerce, t-banking, t-learning (educação a distância), dentre outras.

Bom, espero ter ajudado a vocês entenderem um pouco dos diversos serviços que a interatividade na TV trará para nós, os tipos de aplicativos e os serviços que serão prestados. Vale lembrar que a interatividade também estará presente em dispositivos móveis, como celulares e pda’s. Existem diversos tipos de aplicações já prontas, feitos tanto pelo governo, como por empresas, emissoras e programadores diversos em todo o Brasil, o que espera apenas é o lançamento do Ginga no território nacional. No site www.clubencl.org há alguns exemplos de programas interativos desenvolvidos na linguagem NCL e NCL/LUA.

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Interatividade e Aplicações Interativas

A TV digital entrou em operação no Brasil em dezembro de 2007, o sinal digital foi transmitido para a cidade de São Paulo, pondo fim a anos de estudos e discussões sobre a TV Digital no Brasil. Finalmente o sinal era transmitido e o Brasil entrava de vez na era da alta definição da imagem. Hoje, o sinal digital já está disponível e sendo transmitido em diversas cidades e capitais brasileiras, como, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Goiânia, Salvador, etc. Entretanto a grande empolgação dos especialistas e até mesmo de parte da população não se deu por causa da grande qualidade da imagem e áudio da TV, e sim pela possibilidade da mesma poder oferecer a tão sonhada e falada interatividade para o usuário. O ano de 2008 tinha tudo para ser o ano da interatividade na TV brasileira, ministros, profissionais da área, todos dizendo que esse seria o ano. Bom, o ano de 2008 acabou e nem sinal dessa tal interatividade, ficou pra 2009. 2009 entrou, e especialistas dizem que no mais tardar de dezembro já estarão disponíveis no mercado receptores aptos para prover a interatividade para o usuário. Mas porque não temos ainda interatividade em nossas TV’s ? O problema atende pelo nome de GINGA. Ginga como mencionado no post anterior, é o middleware que será embarcado nos receptores vendidos no Brasil para proporcionar a interatividade, sem Ginga sem Interatividade. No próximo post estarei falando detalhadamente sobre o middleware Ginga, mas basicamente o Ginga possui 2 subsistemas, um declarativo e um procedural, o declarativo (Ginga-NCL) já está pronto para usar e já está especificado pela ABNT, e ele é tão bom que recentemente foi elevado a padrão INTERNACIONAL pela ITU-T. A pedra no sapato é o outro subsistema do Ginga, o Ginga-J, que será o responsável pelo processamento de aplicações procedurais. O Ginga-J incorporou pacotes e APIs proprietários, o que então implicaria no pagamento de royalties para as empresas detentoras, como já dissemos anteriormente, o SBTVD-T foi implementado desde o começo de forma a não envolver custos, em especial ao middleware, um ambiente livre e de código aberto. A solução foi pedir a SUN que desenvolvesse esse conjunto de pacotes e API’s de forma aberta para assim então o Ginga-J poder ser especificado e ser “passado” a população sem nenhum custo. Hoje estamos na seguinte situação: a SUN já entregou essas API’s para o Fórum Brasileiro de TV Digital (link) e atualmente o Ginga-J finalmente parece estar sendo especificado pela ABNT. Fora alguns problemas das empresas fabricantes de receptores que relataram problemas para embarcar o Ginga em seus hardware, parece que finalmente no mais tardar do final de 2009 poderemos ter esses aparelhos em casa executando o Ginga. E o mais legal, nós mesmos poderemos baixar o Ginga e desenvolver aplicações para executarmos nos receptores.

Bom, mas o que vem a ser a interatividade na TV Digital ? Com a interatividade o usuário (ou telespectador) deixará de ser passivo em frente a TV para se tornar um indivíduo completamente ativo. Analogicamente podemos comparar a um computador com acesso à internet. Quando você acessa a internet, você escolhe o serviço (entrar em um site, ler seu email, conversar com seus amigos no MSN, entrar em uma sala de bate papo, fazer o download de um arquivo, …) ou existe um horário pré determinado para você acessar a um site ou para você ler sua caixa de emails ? Certamente você “escolhe” ou faz o que deseja fazer no seu PC, podemos dizer então que você é um usuário ativo diante do seu computador, você diz a ele o que quer e a que hora quer, e ele prontamente atende ao seu pedido. Hoje com a TV analógica é diferente, você liga a TV e já existe uma programação pré-definida que está passando, não existe como você “fechar” aquele programa chato que está passando e não existe maneira de você “abrir” aquele documentário que gostaria de assistir. Com a IDTV (Interactive Digital TV) ou TV Digital Interativa isso muda, o usuário abandona o papel meramente passivo para se tornar ativo diante da TV, com o poder de interagir com a programação, podendo até mesmo a elaborar seu próprio conteúdo televisivo. Ver e fazer o que quiser e a hora que quiser, assim como temos hoje com um PC.

Darei alguns exemplos do que a IDTV poderá fornecer a nós. Suponha que esteja passando uma propaganda de uma loja de calçados, em determinado momento aparece um tênis em promoção. Através do controle remoto da TV você poderá comprar esse tênis, bastando apenas preencher um formulário de compra disponibilizado na própria TV. Assim como quando você compra um produto pelo computador, esse tipo de comércio eletrônico é chamado de e-commerce, já no nosso exemplo, o comércio que será feito pela TV será chamado de T-Commerce. Outros serviços incluem por exemplo o T-Banking, onde você poderá acessar informações de sua conta bancária pela própria TV.

A Caixa Econômica Federal possui uma aplicação para TV Digital feita em NCL/LUA, para financiamento de imóveis, onde o usuário através da TV de sua casa poderá financiar um imóvel tendo apenas o controle remoto em sua mão. O aplicativo mostra o valor financiado, o valor da prestação, taxa de juros, etc.

Aplicativo executando em uma TV através de um receptor

Aplicativo executando em uma TV através de um receptor

Aplicativo da CEF para financiamento de Imóveis

Aplicativo da CEF para financiamento de Imóveis

****Aplicações T-GOV

As aplicações T-GOV são aplicações do governo federal destinadas à inclusão social e digital. Dentre as aplicações T-GOV destacam-se:

T-Learning: Aplicações voltadas para a área da educação, alfabetização digital. Com a IDTV, o usuário que assiste as aulas na TV poderá fazer testes, provas, responder a perguntas do professor (ou apresentador como queiram), ou seja se tornar ativo em frente à TV, assim como se estivesse em sala de aula. Uma experiência é a Wish TV – EUA (www.wgate.com).

T- Health: Aplicações voltadas para a área da saúde. Este tipo de aplicação é voltada para o atendimento a pessoas que não tem acesso a informações gerais sobre qualidade de vida. Nas aplicações T-Health o usuário obterá informações sobre como obter uma alimentação saudável, prática de exercícios físicos, e etc. Além do mais o usuário poderá marcar consultas na rede SUS de saúde (nada impede que estas consultas sejam atendidas na própria TV, através de um chat online com o médico), e os usuários terão também acesso aos seus prontuários tendo apenas que apertar um botão do controle remoto.

Exemplo de uma aplicação do tipo T-Health

Exemplo de uma aplicação do tipo T-Health

T-Voto: Serão aplicações que serão usadas em votações. Por exemplo, uma nova lei está em trâmite no Senado e está causando polêmica, o governo então poderá utilizar esse tipo de aplicação para querer saber a opinião da população brasileira a respeito da nova Lei. Tendo que apenas o usuário ligar a TV, acessar a TV Senado, por exemplo, e dar o seu voto. Popularidade de políticos, aprovação de leis, dentre outros deverá ser muito usado pelo governo para saber a real opinião da sociedade.

T-Mail: Será uma caixa de emails do governo, onde qualquer cidadão brasileiro poderá cadastrar uma conta e enviar e receber informações das mais diversas atuações do governo, tanto em políticas sociais, internas e externas.

Existe ainda vários tipos de aplicações que serão disponibilizadas pelo governo através dos seus canais (TV Brasil, TV Senado, TV Câmara, TV Justiça), dentre essas aplicações algumas já foram demonstradas em eventos, como por exemplo, uma aplicação da Previdência Social desenvolvida pela Dataprev do Rio Grande do Sul.

Aplicação de TV Digital para a Previdência Social

Aplicação de TV Digital para a Previdência Social

dataprev2

Podemos notar pela imagem que a aplicação fornce 4 tipos de informações para o usuário (telespectador). Basta o usuário selecionar o quadro desejado através do controle remoto, que um vídeo com informações relativas à escolha do usuário começará a executar.

Outras aplicações bem comuns que veremos e que já existem hoje nas TV’s a cabo são as EPG’s, ou grades de programação. As EPG’s estarão disponíveis a qualquer momento para o usuário e trará informações sobre a programação da emissora, horário e informações diversas da programação da rede.

EPG - Informações sobre a programação da Emissora

EPG - Informações sobre a programação da Emissora

**** Programas Não-Lineares

Os programas não-lineares serão o grande atrativo da TV Digital, esses programas não são apenas compostos pelo áudio e vídeo principais do programa (como na TV Analógica), mas também por outros dados transmitidos conjuntamente como fluxo de áudio e vídeo principais. Esses dados podem ser constituídos de outros áudios e vídeos, imagens, textos, … e um aplicativo que relaciona espacialmente e temporalmente todos esses objetos de mídia (áudio, vídeo, texto, imagem, …).

Esses aplicativos podem ser classificados como Específicos ou Standalone. Um aplicativo específico são aplicações que seguem junto como programa assistido, se o programa terminar a aplicação também termina, como por exemplo, temos o quis. Uma aplicação standalone independe do programa assistido, ou seja, fechando o programa ou até mesmo mudando de canal, você poderá acessar a aplicação no momento que quiser. Abaixo segue um exemplo de cada aplicação:

4

Aplicação Específica do Programa

Aplicação Específica do Programa

A figura abaixo mostra uma aplicação desenvolvida para os jogos olímpicos de Sydney em 2000, onde o usuário pode escolher qual modalidade esportiva deseja assistir, se deseja ver uma propaganda (xlet2), o usuário pode também escolher qual câmera do estádio deseja assistir a competição. Essa aplicação foi desenvolvida através da API JavaTV, todo programa feito em JavaTV recebe o nome de Xlet, cada Xlet desta aplicação é um programa em execução. A API JavaTV estará disponível no ambiente Ginga-J do SBTVD-T.

Aplicação utilizada na Olímpiada de Sydney em 200

Aplicação utilizada na Olímpiada de Sydney em 200

A Rede Globo de Televisão já possui várias aplicações prontas com interatividade. Internamente a Globo já estuda implantar a interatividade em celulares e a usar um satélite para comunicação. Há pelo menos 3, 4 anos a Globo já faz testes em seus programas rodando algum tipo de interatividade. Abaixo segue algumas imagens de testes feitos pela Globo. Uma durante a Olímpiada de Pequim em 2008, onde a qualquer momento da programação o usuário poderia acessar informações sobre a Olímpiada, quadro de medalhas, curiosidades, etc. A outra aplicação é a do Campeonato Brasileiro, onde o usuário poderia acessar informações sobre todos os jogos da rodada, a escalação dos times, quem serão os árbitros, assistentes, … Note que nos dois casos, não necessariamente os aplicativos executam com o programa a qual referem, no primeiro uma novela está sendo transmitida, enquanto que no caso do aplicativo do brasileirão, um programa de auditório está passando no momento.

Aplicativo feito pela Globo das Olimpiadas de Pequim

Aplicativo feito pela Globo das Olimpiadas de Pequim

Teste do Aplicativo do Brasileirão feito pela Globo

Teste do Aplicativo do Brasileirão feito pela Globo

Note que na primeira imagem, o vídeo com a novela sendo transmitida é redimensionado para que o aplicativo com informações sobre a Olímpiada execute. Já no aplicativo do Brasileirão, as imagens, textos e informações é sobreposta ao programa que está sendo transmitido.

**** Graus de Interatividade

Do ponto de vista técnico, o grau de interação do usuário com a TV pode ser classificado em três categorias: Interatividade Local, Interatividade Intermitente e Interatividade Permanente.

A Interatividade Local é a mais básica das 3. Na interatividade local, o usuário não consegue estabelecer uma comunicação com o emissor, pelo fato deste tipo de interatividade não possuir o canal de retorno ou de iteração. Neste tipo de interatividade podemos destacar aplicações do tipo EPG’s, jogos residentes no STB (Set-Top-Box), configuração de legendas, ….

A Interatividade Intermitente é uma evolução da local, pois nela já há a adoção de um canal de retorno. Mas esse canal de retorno é unidirecional (os dados só trafegam em uma direção) e não-dedicado, pois o estabelecimento da comunicação só dá ou do usuário para o emissor ou do emissor para o usuário, nunca os dois ao mesmo tempo.

Neste tipo de interatividade as aplicações como quiz e pesquisas de opinião são muito utilizadas.

A Interatividade Permanente é uma evolução da Intermitente. Aqui a comunicação já é feita de forma dedicada e bi-direcional. Os dados trafegam em ambos os sentidos. Neste tipo de interatividade os serviços prestados serão praticamente os mesmos que um computador conectado à internet faz. Navegação, acesso a sua caixa de emails, bate-papo, jogos online, t-commerce, t-banking, t-learning (educação a distância), dentre outras.

Bom, espero ter ajudado a vocês entenderem um pouco dos diversos serviços que a interatividade na TV trará para nós, os tipos de aplicativos e os serviços que serão prestados. Vale lembrar que a interatividade também estará presente em dispositivos móveis, como celulares e pda’s. Existem diversos tipos de aplicações já prontas, feitos tanto pelo governo, como por empresas, emissoras e programadores diversos em todo o Brasil, o que espera apenas é o lançamento do Ginga no território nacional. No site www.clubencl.org há alguns exemplos de programas interativos desenvolvidos na linguagem NCL e NCL/LUA.

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